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Homenagem à Manfredini

* Por Maria Aparecida Torneros


Saibam, companheiras, que , aos 19 anos, quando cursava jornalismo na UFF, em plena ditadura militar,  fui ser estagiária na assessoria de imprensa do velho aeroporto do Galeão.


Era 1970. Eu iniciava uma carreira ainda exercida por poucas mulheres. Fui tomando gosto. Conheci outras que foram aderindo.  De repente,  ao longo dos anos, dominamos o mercado. Aos quase 71, aposentada, continuo a me orgulhar da bravura das companheiras que lutam nas trincheiras da comunicação.  


Conheci a Manfredini agora.  Na sua partida. Pela foto e pelo carinho das despedidas das suas colegas de vida. Sei que já gosto muito dela. Porque o pouco tempo que esteve na Terra, usou pelas boas causas. Deixa saudades e ótimos exemplos. Dia família, filha e amigos tem muito a se orgulhar. 


Costumo dizer que todos temos um prazo de validade misterioso. É possível viver 33 anos e ser Cristo. Permanecer vivo em milhões de corações . Manfredini cumpriu seu estágio nesse planeta com bons propósitos. Plantou sementes. Segundo li gostava de repetir   : tenho uma filha. 






Como ela, ando repetindo:  tenho uma neta. Ainda não nasceu mas vem para enfrentar o mundo a partir de agosto. Vai se chamar Lua. Filha do meu filho único que você em Brasília.  


Tenho certeza que a filha da Manfredini vai sempre se orgulhar da mãe.  Quem sabe também será uma jornalista que dará seguimento à carreira da mãe.  

Lembro que se passaram 50 anos do meu estágio.  Não sei se minha neta virá para a nossa profissão.  Mas sei que será como nós e como a Manfredini, uma guerreira.

Estamos todas por aqui de passagem. Sim. Alternando estágios para treinar ofícios de humanidade. 

Desejo paz ao espírito da companheira que partiu mas acredito piamente que fez tudo que devia no período em que esteve entre nós.  Salve sua luta. Nós a levaremos em frente enquanto estamos vivas . 

Somos as mulheres das quarentenas. Minha avó sobreviveu à gripe espanhola de 1918. Era enfermeira. Ao me contar dizia que tivera sorte. Hoje eu sei que não é questão de sorte. É o tal prazo de validade.  Mamãe foi embora ano passado com 92.

Cada uma tem o seu . Por isso é preciso viver intensamente cada segundo desta vida curta. Sendo feliz e deixando saudades como a Manfredini fez . Sinto que Ela soube plantar amor. Eu também estou colhendo! 



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* Maria Aparecida Torneros é jornalista, aposentada e leitora do blog Quarentenas.com .


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