*Por Andréa Muller
Nessa quarentena tenho olhado meu trio de samambaias e acompanhado o seu desenvolvimento. Elas estavam praticamente mortas, sem vida, resultado de um certo abandono da minha parte.
Agora, cá estou aproveitando esse outono com cara de verão, pegando sol, lavando roupas e presenciando o milagre do vento seca-las entre uma maquinada e outra.
Estendo as roupas com tanto zelo que parecem joias.
Outro dia ensinei minha filha. Ela pendurava qualquer peça pelo meio.
Eu penduro pela parte de cima, assim o vento faz o seu trabalho: sacode, areja e seca mais rápido, e o sol penetra seu cheiro de roupa limpa.
E não é que a mulher que minha filha se tornou gostou de aprender? Dias depois escutei ela comentando com a irmã mais velha: não é assim que se pendura uma roupa. A mãe não te ensinou? Ah! Então ela vai.
A gente quando quer sempre aprende e ensina.
Ainda sobre as samambaias, estão ganhando força, renascendo, crescendo, se tornando mais viçosas e verdes.
Ficam penduradas na varanda, onde, também há uma rede de balanço e uma mesa redonda de vidro. É o meu pequeno observatório onde tomando um café preto, ou uma taça de vinho tinto ordeno meus pensamentos e tomo minhas decisões.
O fertilizante da quarentena está desabrochando em mim um verde mais vivo, um olhar mais empático, uma esperança de dias melhores. Assim como a samambaia, acredito que minhas raízes sempre me impulsionam.
Nem sempre esse desabrochar é feito só, às vezes, outras mãos são necessárias para regar, fertilizar e, acima de tudo, estar ao seu lado. Olha o trio de samambaias.
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* Andréa Muller, 53 anos, jornalista e cronista. Trabalha há mais de 30 anos na assessoria de comunicação de uma indústria de petróleo cuidando de imagem e reputação e comunicação com todos os públicos de interesse, além de coordenar projetos de responsabilidade social. Escreveu crônicas por 10 anos no Jornal Agora, em Rio Grande (RS) e por dois anos manteve um programa de entrevistas – A Boa conversa, na TV MAR. É autora do livro de crônicas O Nó da Gravata.
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