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Itália: "Eu? Eu sou você amanhã!" (podcast)




*Por Karina Gols


Nos idos tempos de mil novecentos e lá vai fumaça, a televisão marcava sua era de ouro, com novelas que despontavam altos picos de audiência, comparáveis hoje a canais de YouTube com milhões de assinantes e visualizações como um PewDiePie da vida - produtor de vídeos sueco.


Tão populares quanto o conteúdo televisivo eram os comerciais de então. Um deles, da vodka Orloff (link), que, para provar que ela não causava ressaca, mostrava um homem bebendo em um bar, enquanto seu sósia, trajando apenas um robe, aproximava-se, perguntando se estava bebendo Orloff.


Logo, o sósia pegava seu copo e pedia ao garçom para trocar para a bebida da marca anunciada, informando os seus benefícios. Confuso, o rapaz no bar, que já estava a beber a vodka Orloff, perguntava ao seu dublê, envolto no robe, "mas afinal de contas, quem é você?', ao que o sósia respondia, "Eu? Eu sou você amanhã!".


Assista ao vídeo do comercial:



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Nesta mesma época, na América do Sul, duas economias passavam por momentos similares. Durante a presidência de Raul Alfonsin, a Argentina trocou sua moeda, o antigo Peso argentino, para o Austral, cortando três zeros. Quer dizer, 1.000,00 Pesos passaram a equivaler a 1,00 Austral.


Logo após o Plano Austral, o Brasil começou a passar por planos econômicos similares, cortando zeros e lançando novas moedas. Passamos de Cruzeiro para Cruzado, de Cruzado para Cruzado Novo, e a lista continua até chegarmos ao Plano Real, introduzido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.


De certo modo, a Argentina passou a revelar o que aconteceria no Brasil em pouco tempo, e este processo foi apelidado de Efeito Orloff.


A importância do tal Efeito Orloff é indicar que podemos aprender com antecedência o que provavelmente deverá acontecer em outros países, a curto e médio prazos.


Pois bem, no caso da pandemia do coronavírus podemos cunhar o mesmo termo sendo que o que aconteceu na China, veio a acontecer na Itália. E o que aconteceu na Itália é o que em pouco tempo começou a se passar aqui nos Estados Unidos. Típico Efeito Orloff.


O mais importante é que o Brasil tem muito a aprender com o que vem se sucedendo nos Estados Unidos e na Itália e ainda possui (pouco) tempo hábil para se preparar e mitigar as consequências humanitárias e econômicas com o lockdown.


Os Estados Unidos perdeu tempo negando a gravidade da situação e aviso da OMS. Consequentemente já temos quase 75.000 mortos (14.000 há algumas semanas, quando comecei a escrever esse artigo), muitos deles em Nova Iorque, o epicentro da pandemia. Nem vou falar das previsões que tenho lido. Os modelos são imprecisos, alarmantes e confusos.


Uma recente matéria no New York Times revela uma situação alarmante na Itália. Intitulado Italy Is Sending Another Warning (”Itália está enviando um novo aviso"), o artigo foca em uma economia capenga, devido à pandemia do COVID-19. Mas será o que foi revelado no artigo do NYT procede?



Jazmin Kuan Veng Moriconi é empresária, fundadora da Fusion Digital, e viveu muitos anos no Rio de Janeiro, em São Paulo e Londres. Hoje reside em Roma e respondeu às nossas perguntas há poucas semanas. O podcast será veiculado em breve!


Perguntas à Jazmin? Escreva agora aqui nos comentários abaixo e em pouco tempo publicaremos a sua resposta.



*** VOLTE SEMPRE! Todas as terças e sextas-feiras publicamos posts interessantes e originais. ***

* Karina Gols é profissional de Comunicação Internacional com mais de 25 anos de experiência e é poliglota. Foi articulista da Tribuna da Imprensa, trabalhou em gigantes como a Rede Globo, Edelman, Petrobras, Google (YouTube) e CNA - Confederação Nacional de Agricultura (assessoria de imprensa internacional pela The Information Company, nos EUA). Reside na Califórnia, Estados Unidos. Gosta de ver o lado positivo das coisas, mantendo o bom humor, mas está muito preocupada com a pandemia atual.



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