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Ser mãe é cais

* Por Andréa Muller


Ser mãe é uma escolha. Ao ser mãe eu me comprometo com outro ser humano pelo resto da minha vida. Eu me comprometo a me importar, cuidar e amar alguém. Ser mãe inclui desde os cuidados básicos de higiene e saúde, alimentação, educação e amor até o infinito. Muita gente vai nos ajudar, mas o compromisso é nosso. Embora haja terceirização filho tem dono, família e raiz. Filho é barco, mãe é cais.


Pois então, eu fui aeroporto. Com toda essa pandemia instaurada minha filha de 19 anos estava em Portugal visitando a irmã que mora lá. Ela saiu do Brasil antes de tudo isso virar tudo isso! Tinha uma passagem de volta, um sorriso largo no rosto e uma mochila de sonhos: rever a irmã depois de quase dois anos, conhecer a Europa e voltar para casa com uma bagagem enorme de renovação de afeto, novidades e a cabeça mais aberta. 





Tudo foi bem, mas no meio da viagem a pandemia se instalou e já não era mais possível andar livremente pelas ruas do Porto. Somente para ir em farmácias e supermercados. O voo de retorno ao Brasil foi cancelado. Havia uma dezena de informações desencontradas no site da companhia aérea e havia uma mãe jornalista do signo de leão. Eu apelei para a assessoria de imprensa da companhia. Apelei para a imagem e reputação, apelei para a informação de responsabilidade, essencial nessa hora. Eu mostrei o que se pode fazer em uma crise, mas isso daria um outro texto. 


Depois que eu matei um leão por vários dias, minha filha chegou em Pelotas (RS) dia 22/3/2020. Vai fazer a quarenta sozinha em um apartamento bem abastecido. A outra filha está iniciando a jornada de retorno. Já teve o primeiro vôo cancelado e está com outra data para embarcar.


Eu ainda preciso esperar 14 dias para abraçar uma e não sei quantos dias para abraçar a outra. Ah mães! Somos todas leoas. Quando escolhemos saiam da frente.


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VOLTE SEMPRE!

Todos os dias publicamos posts interessantes e originais.


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* Andréa Muller, 53 anos, jornalista e cronista. Trabalha há mais de 30 anos na assessoria de comunicação de uma indústria de petróleo cuidando de imagem e reputação e comunicação com todos os públicos de interesse, além de coordenar projetos de responsabilidade social. Escreveu crônicas por 10 anos no Jornal Agora, em Rio Grande (RS) e por dois anos manteve um programa de entrevistas – A Boa conversa, na TV MAR. É autora do livro de crônicas O Nó da Gravata.


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